Os atletas de elite frequentemente enfrentam um equilíbrio delicado entre seu desempenho máximo e sua saúde. As demandas de uma rotina de treinamento extenuante, competições, dietas extremas, viagens prolongadas com mudanças de fuso horário, ansiedade e estresse devido à alta pressão podem levar a uma série de consequências.
Alguns dos efeitos que podem ocorrer em atletas de elite como resultado de suas rotinas extenuantes incluem:
- Aumento da inflamação
- Liberação de radicais livres, o que pode levar ao aumento do estresse oxidativo
- Queda da imunidade, o que pode levar à imunossupressão
- Disbiose e hipermeabilidade intestinal, o que pode resultar em uma microbiota intestinal com baixa diversidade
- Aumento da degradação proteica muscular, o que pode levar ao catabolismo muscular.
A glutamina é um aminoácido não essencial que é produzido pelo corpo humano e é encontrado em altas concentrações no músculo esquelético. Ela desempenha um papel importante na síntese de proteínas nos músculos e é, portanto, amplamente utilizada como suplemento para atividades físicas. Além disso, a glutamina também é importante para a regulação da temperatura corporal, o equilíbrio de fluidos, o pH e a freqüência cardíaca. Ela também é crucial para o bom funcionamento de alguns tecidos do corpo, como o sistema imunológico e o trato gastrointestinal, o que a torna especialmente importante para atletas. A glutamina é sintetizada e armazenada principalmente pelo músculo, sendo responsável por cerca de 60% do pool de aminoácidos nesse tecido. Em resumo, a glutamina é um aminoácido importante para a saúde e o bom funcionamento do corpo, especialmente para atletas, e pode ser obtida através da suplementação ou da alimentação.
Como resultado, os níveis de glutamina no plasma tendem a diminuir durante e após o exercício extenuante. Além disso, a demanda por glutamina aumenta durante o exercício, o que leva a uma redução na biodisponibilidade deste aminoácido para as células do sistema imune, como linfócitos, macrófagos e neutrófilos. A suplementação oral com glutamina pode ser útil para prevenir a queda da imunidade (imunossupressão) induzida pelo exercício de alto rendimento.
Outro aspecto importante da suplementação com glutamina é o seu papel na saúde intestinal de atletas que consomem altas quantidades de proteína na dieta. O consumo excessivo de proteínas pode levar a uma digestão inadequada e à produção de resíduos proteicos que são fermentados por bactérias no intestino, resultando em uma produção aumentada de substâncias tóxicas que podem prejudicar a diversidade de microrganismos no sistema gastrointestinal (disbiose intestinal) e aumentar a hipermeabilidade intestinal. Isso pode afetar o sistema imunológico do atleta, aumentando o risco de inflamação e exposição a doenças como gripes e resfriados. A suplementação com glutamina pode ajudar a minimizar esses efeitos adversos da dieta hiperproteica.
Não podemos afirmar que todos os atletas possuem uma saúde intestinal prejudicada ou que 6 a cada 10 atletas têm doenças ou inflamações intestinais, como síndrome do intestino irritável, doença de Crohn ou retocolite ulcerativa. No entanto, é verdade que os atletas podem estar mais suscetíveis a problemas de saúde intestinal devido ao estresse físico e nutricional a que são submetidos durante o treinamento e a competição. A suplementação com glutamina pode ser útil no tratamento e na redução dessas doenças e inflamações intestinais e na melhora da resposta imunológica. Isso, por sua vez, pode ter um impacto indireto na performance esportiva, já que uma saúde intestinal melhorada pode levar a um sistema imunológico mais saudável, o que pode resultar em um desempenho esportivo melhorado. No entanto, é importante lembrar que a suplementação com glutamina deve ser considerada como parte de um plano de saúde e nutrição geral e não como uma solução isolada para problemas de saúde intestinal ou de performance esportiva.